sábado, 9 de fevereiro de 2008

Poesia: Amor Platônico

Robson Andrade Miranda

Amor Platônico

Aparição da Face de Afrodite de Cnido, por Salvador Dali.

Aparição da Face de Afrodite de Cnido, por Salvador Dali.

Numa pálida noite de solidão
O escuro lânguido chora,
O calor desespera a carne
Que apodrece diante de tal
A tristeza é fiel companheira
Da paixão não correspondida
Que sucumbe no peito
Amor platônico que cresce
Diminuindo meu viver

Pensamentos sem escrúpulos
Desvirginizam minha timidez
Penetrando nas entranhas de teus sonhos
Que são meus sonhos
Minhas utopias alcançáveis
Paradoxo corajoso
Diante de tanto sofrimento
Amor platônico que cresce
Diminuindo meu viver

Lábios são beijados sem nenhum sabor
Ouço tua voz em instantes de pensar vago
Que se congestiona com tal suavidade
Teu cheiro não me deixa sentir o meu perfume
Seria ruim se não fosse você
Será bom continuar assim
Sadomazoquista ferrenho
Amor platônico que cresce
Diminuindo meu viver.

Comentário: Cá está uma das poesias de meu amigo Robson, o qual me sugeriu a sua publicação dela. Esta é a primeira das suas que me revelou o seu versilibrismo. Conheço bem a habilidade que possui de compor rimas, e ele trouxe-me, então, esta, que é tema do amor não correspondido, cingido por lascivo fevor, e não está presa, posto que não é prisão quando a faz, à cor dos versos. Robson, a minha saudação é expressa, e quero que saibas que publicarei outras poesias tuas caso queiras.

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A imagem de cabeçalho é montagem de algumas obras do pintor belga Jos de Mey.