quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Você sabia? N.º 02 - Sexta, 04.08.2000

Você sabia... que a palavra latina vagina, que significava “bainha” (de uma espada, por exemplo), evoluiu foneticamente – isto é, transformou sua sonoridade – até chegar à forma atual, bainha, com o mesmo significado?

A esta altura, você deve estar se perguntando: ué, mas e a atual “vagina”, de onde veio? Como aconteceu com muitas outras palavras, os estudiosos da língua, a partir do Renascimento português (século XVI), retiraram do fundo do baú centenas de palavras latinas e as introduziram no léxico com significados um pouco diferentes. Assim, vagina foi resgatada com o significado atual e, convenhamos, o canal feminino não deixa de ser bainha, não é?

Processo semelhante aconteceu com cathedra, que evoluiu para “cadeira”, móvel para sentar. Muito depois, os sábios recuperaram o vocábulo latino (por sua vez, originário do grego), que entrou para a língua portuguesa com o significado mais usual de cadeira acadêmica, disciplina universitária. É interessante notar que em latim cathedra tinha ambos significados. Assim, o português ficou com os dois: cadeira e cátedra.

(fonte: paulohernandes.pro.br)

Comentário: Trago-vos esta curiosidade que revela o intrigante fato de uma palavra que, quando em sua forma original latina, se apresentou de maneira idêntica a uma outra de nosso léxico atual (vagina) e apresenta-se, em tempos correntes, como substantivo concreto distinto "bainha", mas que, apesar da aparente distância daquela, guarda traços semânticos que foram destacados, nesse texto, pelo Prof. Paulo Hernandes.

A imagem de cabeçalho é montagem de algumas obras do pintor belga Jos de Mey.