sábado, 4 de agosto de 2012

Poesia: Aos andarilhos da viola.

    Três décimas dedicadas aos cantadores andarilhos, que semeam sua arte por onde quer que passem.

Aos andarilhos da viola

(Gustavo Henrique S. A. Luna)

Andarilhos da viola,
Que ao povo emociona,
Qual Gonzaga na sanfona,
Fazem também sua escola.
Não cantam pedindo esmola,
Pois Repente tem valor
Do Parnaso é Professor
Seu verso nunca decora
As rimas saem na hora,
E é bom improvisador.

Não existe pé-quebrado
Que não note o cantador.
Com o raciocínio em furor,
Aponta ao pobre coitado,
Diz logo que está errado
O verso que concebeu.
Mesmo sendo amigo seu,
O cantador não perdoa,
Ainda que muito doa
A falha que cometeu.

É nobre nefelibata
Do mundo da poesia.
Tosa o verso e amacia,
Com muito amor ele o trata.
A poesia lhe é grata,
A granel lhe dá beleza
Que extrai da natureza
E muito que de repente
Um salto mortal da mente
Da boca sai com presteza.

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A imagem de cabeçalho é montagem de algumas obras do pintor belga Jos de Mey.