segunda-feira, 11 de julho de 2011

Poesia: A Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho.

A Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho

Capa do folheto "Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho".

Firmino Teixeira do Amaral

Apreciem, meus leitores,
Uma forte discussão,
Que tive com Zé Pretinho,
Um cantador do sertão,
O qual, no tanger do verso,
Vencia qualquer questão.

Um dia, determinei
A sair do Quixadá —
Uma das belas cidades
Do estado do Ceará
Fui até o Piauí
Ver os cantores de lá.

Me hospedei na Pimenteira,
Depois em Alagoinha;
Cantei no Campo Maior
No Angico e na Baixinha
De lá tive um convite
Para cantar na Varzinha.

Quando cheguei na Varzinha,
Foi de manhã bem cedinho;
Então, o dono da casa
Me perguntou sem carinho:
— Cego, você não tem medo
Da fama de Zé Pretinho?

Eu lhe disse: — Não, senhor,
Mas da verdade eu não zombo!
Mande chamar esse preto,
Que eu quero dar-lhe um tombo —
Ele chegando, um de nós
Hoje há de arder o lombo!

O dono da casa disse:
Zé Preto, pelo comum,
Dá em dez ou vinte cegos —
Quanto mais sendo só um!
Mando já ao Tucumanzeiro
Chamar o Zé do Tucum.

Chamando um dos filhos, disse:
— Meu filho, você vá já
Dizer ao José Pretinho
Que desculpe eu não ir lá —
E que ele, como sem falta,
Hoje à noite venha cá.

Em casa do tal Pretinho
Foi chegando o portador,
E dizendo: — Lá em casa
Tem um cego cantador
E meu pai manda dizer-lhe
Que vá tirar-lhe o calor!

Zé Pretinho respondeu:
— Bom amigo é quem avisa!
Menino, dizei ao cego
Que vá tirando a camisa,
Mande benzer logo o lombo,
Porque vou dar-lhe uma pisa!

Tudo zombava de mim
E eu ainda não sabia
Se o tal do Zé Pretinho
Vinha para a cantoria.
Às cinco horas da tarde,
Chegou a cavalaria.

O preto vinha na frente,
Todo vestido de branco,
Seu cavalo encapotado,
Com o passo muito franco.
Riscaram de uma só vez,
Todos no primeiro arranco.

Saudaram o dono da casa
Todos com muita alegria,
E o velhote, satisfeito,
Folgava alegre e sorria.
Vou dar o nome do povo
Que veio pra cantoria:

Vieram o capitão Duda,
Tonheiro, Pedro Galvão,
Augusto Antônio Feitosa,
Francisco Manuel Simão,
Senhor José Campineiro,
Tadeu e Pedro Aragão.

O José das Cabeceiras
E seu Manoel Casado,
Chico Lopes, Pedro Rosa
E o Manoel Bronzeado,
Antônio Lopes de Aquino
E um tal de Pé-Furado.

Amadeu, Fábio Fernandes,
Samuel e Jeremias,
O senhor Manoel Tomás,
Gonçalo, João Ananias,
E veio o vigário velho,
Cura de Três Freguesias.

Foi dona Merandolina,
Do grêmio das professoras,
Levando suas duas filhas,
Bonitas, encantadoras —
Essas eram da igreja
As mais exímias cantoras.

Foi também Pedro Martins,
Alfredo e José Raimundo,
Senhor Francisco Palmeira,
João Sampaio e Facundo
E um grupo de rapazes
Do batalhão vagabundo.

Levaram o negro pra sala
E depois para a cozinha;
Lhe ofereceram um jantar
De doce, queijo e galinha —
Para mim, veio um café
E uma magra bolachinha.

Depois, trouxeram o negro,
Colocaram no salão,
Assentado num sofá,
Com a viola na mão,
Junto duma escarradeira,
Para não cuspir no chão.

Ele tirou a viola
Dum saco novo de chita,
E cuja viola estava
Toda enfeitada de fita.
Ouvi as moças dizendo:
— Oh, que viola bonita!

Então, para eu me sentar,
Botaram um pobre caixão,
Já velho, desmantelado,
Desses que vêm com sabão.
Eu sentei-me, ele vergou
E me deu um beliscão.

Eu tirei a rabequinha
De um pobre saco de meia,
Um pouco desconfiado
Por está em terra alheia.
Aí umas moças disseram:
— Meu Deus, que rabeca feia!

Um disse a Zé Pretinho:
— A roupa do cego é suja!
Botem três guardas na porta,
Para que ele não fuja.
Cego feio, assim de óculos,
Só parece uma coruja!

E disse o capitão Duda,
Como homem mui sensato:
— Vamos fazer uma bolsa!
Botem dinheiro no prato —
Que é o mesmo que botar
Manteiga em venta de gato!

Disse mais: — Eu quero ver
Pretinho espalhar os pés!
E para os dois contendores
Tirei setenta mil réis,
Mas vou completar oitenta —
Da minha parte, dou dez!

Me disse o capitão Duda:
— Cego, você não estranha!
Este dinheiro do prato,
Eu vou lhe dizer quem ganha:
Só pertence ao vencedor —
Nada leva quem apanha!

E nisto as moças disseram:
— Já tem oitenta mil réis,
Porque o bom capitão Duda,
Da parte dele, deu dez…
Se acostaram a Zé Pretinho,
Botaram mais três anéis.

Então disse Zé Pretinho:
— De perder não tenho medo!
Esse cego apanha logo —
Falo sem pedir segredo!
Como tenho isto por certo,
Vou pondo os anéis no dedo...

Afinemos o instrumento,
Entremos na discussão!
O meu guia disse a mim:
— O negro parece o Cão!
Tenha cuidado com ele,
Quando entrarem na questão!

Então eu disse: — Seu Zé,
Sei que o senhor tem ciência —
Me parece que é dotado
Da Divina Providência!
Vamos saudar este povo,
Com sua justa excelência!

P. — Sai daí, cego amarelo,
Cor de couro de toucinho!
Um cego da tua forma
Chama-se abusa-vizinho —
Aonde eu botar os pés,
Cego não bota o focinho!

C. — Já vi que seu Zé Pretinho
É um homem sem ação —
Como se maltrata o outro
Sem haver alteração?!...
Eu pensava que o senhor
Tinha outra educação!

P. — Esse cego bruto, hoje,
Apanha, que fica roxo!
Cara de pão de cruzado,
Testa de carneiro mocho —
Cego, tu és o bichinho,
Que comendo vira o cocho!

C. — Seu José, o seu cantar
Merece ricos fulgores;
Merece ganhar na sala
Rosas e trovas de amores —
Mais tarde, as moças lhe dão
Bonitas palmas de flores!

P. — Cego, eu creio que tu és
Da raça do sapo sunga!
Cego não adora a Deus —
O deus do cego é calunga!
Aonde os homens conversam,
O cego chega e resmunga!

C. — Zé Preto, não me aborreço
Com teu cantar tão ruim!
Um homem que canta sério
Não trabalha verso assim —
Tirando as faltas que tem,
Botando em cima de mim!

P. — Cala-te, cego ruim!
Cego aqui não faz figura!
Cego, quando abre a boca,
É uma mentira pura —
O cego, quanto mais mente,
Ainda mais sustenta e jura!

C. — Esse negro foi escravo,
Por isso é tão positivo!
Quer ser, na sala de branco,
Exagerado e altivo —
Negro da canela seca
Todo ele foi cativo!

P. — Eu te dou uma surra
De cipó de urtiga,
Te furo a barriga,
Mais tarde tu urra!
Hoje, o cego esturra,
Pedindo socorro —
Sai dizendo: — Eu morro!
Meu Deus, que fadiga!
Por uma intriga,
Eu de medo corro!

C. — Se eu der um tapa
No negro de fama,
Ele come lama,
Dizendo que é papa!
Eu rompo-lhe o mapa,
Lhe rompo de espora;
O negro hoje chora,
Com febre e com íngua —
Eu deixo-lhe a língua
Com um palmo de fora!

P. — No sertão, peguei
Cego malcriado —
Danei-lhe o machado,
Caiu, eu sangrei!
O couro eu tirei
Em regra de escala:
Espichei na sala,
Puxei para um beco
E, depois de seco,
Fiz mais de uma mala!

C. — Negro, és monturo,
Molambo rasgado,
Cachimbo apagado,
Recanto de muro!
Negro sem futuro,
Perna de tição,
Boca de porão,
Beiço de gamela,
Vento de moela,
Moleque ladrão!

P. — Vejo a coisa ruim —
O cego está danado!
Cante moderado,
Que não quero assim!
Olhe para mim,
Que sou verdadeiro,
Sou bom companheiro —
Canto sem maldade
E quero a metade,
Cego, do dinheiro!

C. — Nem que o negro seque
A engolideira,
Peça a noite inteira
Que eu não lhe abeque —
Mas esse moleque
Hoje dá pinote!
Boca de bispote,
Vento de boeiro,
Tu queres dinheiro?
Eu te dou chicote!

P. — Cante mais moderno,
Perfeito e bonito,
Como tenho escrito
Cá no meu caderno!
Sou seu subalterno,
Embora estranho —
Creio que apanho
E não dou um caldo...
Lhe peço, Aderaldo,
Que reparta o ganho!

C. — Negro é raiz
Que apodreceu,
Casco de judeu!
Moleque infeliz,
Vai pra teu país,
Se não eu te surro,
Te dou até de murro,
Te tiro o regalo —
Cara de cavalo,
Cabeça de burro!

P. — Fale de outro jeito,
Com melhor agrado —
Seja delicado,
Cante mais perfeito!
Olhe, eu não aceito
Tanto desespero!
Cantemos maneiro,
Com verso capaz —
Façamos a paz
E parto o dinheiro!

C. — Negro careteiro,
Eu te rasgo a giba,
Cara de gariba,
Pajé feiticeiro!
Queres o dinheiro,
Barriga de angu,
Barba de guandu,
Camisa de saia,
Te deixo na praia,
Escovando urubu!

P. — Eu vou mudar de toada,
Pra uma que mete medo —
Nunca encontrei cantador
Que desmanchasse este enredo:
É um dedo, é um dado, é um dia,
É um dia, é um dado, é um dedo!

C. — Zé Preto, esse teu enredo
Te serve de zombaria!
Tu hoje cegas de raiva
E o Diabo será teu guia —
É um dia, é um dedo, é um dado,
É um dado, é um dedo, é um dia!

P. — Cego, respondeste bem,
Como quem fosse estudado!
Eu também, da minha parte,
Canto versos aprumado —
É um dado, é um dia, é um dedo,
É um dedo, é um dia, é um dado!

C. — Vamos lá, seu Zé Pretinho,
Porque eu já perdi o medo:
Sou bravo como um leão,
Sou forte como um penedo
É um dedo, é um dado, é um dia,
É um dia, é um dado, é um dedo!

P. — Cego, agora puxa uma
Das tuas belas toadas,
Para ver se essas moças
Dão algumas gargalhadas —
Quase todo o povo ri,
Só as moças 'tão caladas!

C. — Amigo José Pretinho,
Eu nem sei o que será
De você depois da luta —
Você vencido já está!
Quem a paca cara compra
Paca cara pagará!

P. — Cego, eu estou apertado,
Que só um pinto no ovo!
Estás cantando aprumado
E satisfazendo o povo —
Mas esse tema da paca,
Por favor, diga de novo!

C. — Disse uma vez, digo dez —
No cantar não tenho pompa!
Presentemente, não acho
Quem o meu mapa me rompa —
Paca cara pagará,
Quem a paca cara compra!

P. — Cego, teu peito é de aço —
Foi bom ferreiro que fez —
Pensei que cego não tinha
No verso tal rapidez!
Cego, se não é maçada,
Repete a paca outra vez!

C. — Arre! Que tanta pergunta
Desse preto capivara!
Não há quem cuspa pra cima,
Que não lhe caia na cara —
Quem a paca cara compra
Pagará a paca cara!

P. — Agora, cego, me ouça:
Cantarei a paca já —
Tema assim é um borrego
No bico de um carcará!
Quem a caca cara compra,
Caca caca cacará!

Houve um trovão de risadas,
Pelo verso do Pretinho.
Capitão Duda lhe disse
— Arreda pra lá, negrinho!
Vai descansar o juízo,
Que o cego canta sozinho!

Ficou vaiado o pretinho
E eu lhe disse: — Me ouça,
José: quem canta comigo
Pega devagar na louça!
Agora, o amigo entregue
O anel de cada moça!

Me desculpe, Zé Pretinho,
Se não cantei a teu gosto!
Negro não tem pé, tem gancho;
Tem cara, mas não tem rosto —
Negro na sala dos brancos
Só serve pra dar desgosto!

Quando eu fiz estes versos,
Com a minha rabequinha,
Busquei o negro na saia,
Mas já estava na cozinha —
De volta, queria entrar
Na porta da camarinha!

(fonte: Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho dos Tucuns. Jornal de Poesia, Fortaleza, 13 de junho de 1996. Disponível em: <http://www.revista.agulha.nom.br/fi01.html>. Acesso em: 10 de julho de 2011.)

Comentário: Um grande amigo campos-salense havia-me falado da qualidade dessa famosa peleja, envolvendo o nosso conterrâneo Aderaldo Ferreira de Araújo, o Cego Aderaldo, e o cantador piauiense Zé Pretinho, figura mítica. Conversei com Jackson Morais, o amigo, sobre ser o adversário de peleja do Cego uma personagem fictícia, obra da imaginação do cunhado do poeta cratense, que é do Piauí e se chama Firmino Teixeira do Amaral. Em uma pesquisa rápida na Internet, consultando o que achava no São Google, descobri que, de fato, Zé Pretinho nunca existiu e, por conseguinte, nunca houve a peleja; foi tudo criação de Firmino. Os versos foram, por muito tempo, atribuídos a Cego Aderaldo, que jamais tratou de desmentir, assumindo a autoria. No derradeiro de sua vida, o vate cratense chegou a pedir desculpas à comunidade negra por conta de alguns versos politicamente incorretos de sua peleja (em verdade, de Firmino). O verdadeiro autor dessa pega nasceu em 1886, em Bezerro Morto, no município de Amarração, hoje Luís Correia, e faleceu em Parnaíba, no ano de 1926. Firmino era jornalista e foi considerado um dos maiores cordelistas brasileiros de todos os tempos. Segundo estudiosos da Poesia Popular Nordestina, esse poeta piauiense foi o primeiro que engastou o trava-língua na poesia popular. Também criou os gêneros Parcela e Desmanches e, por sua importante contribuição à poesia, é tido por muitos como o mais brilhante poeta popular do Piauí. Ele, certamente, é o maior responsável pela mitificação da figura do poeta Cego Aderaldo, atribuindo-lhe diversas pelejas fictícias, tal como histórias e romances. O cordel “A Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum” foi escrito por volta de 1916 e é o mais famoso de Firmino. Segundo o que se conta, o cunhado do Cego havia escrito o folheto, publicado em 23 e atribuído a autoria ao parente, que estava doente e, portanto, impossibilitado de obter sustento com sua arte. Vale lembrar que a repercussão desse folheto foi enorme: o poema foi tema de estudos na Universidade de Paris (Sorbonne), chegou a ser gravado por João do Vale e Nara Leão, no álbum Opinião, e é lembrado na canção Cego Aderaldo, de João Silva e Maranguape, interpretada por Luiz Gonzaga, que nela canta o famosíssimo trava-língua “Quem a paca cara compra paca cara pagará”.

Sobre o poeta Cego Aderaldo, leia-se este trecho do livro “Eu Sou o Cego Aderaldo”, da editora Maltese, São Paulo, 1994:

“Aderaldo Ferreira de Araújo, o Cego Aderaldo, nasceu no dia 24 de junho de 1878 na cidade do Crato — CE. Logo após seu nascimento mudou-se para Quixadá, no mesmo estado. Aos cinco anos começou a trabalhar, pois seu pai adoeceu e não conseguia sustentar a família. Tomou conta dos pais sozinho. Quinze dias depois que seu pai morreu (25 de março de 1896), quando tinha 18 anos e trabalhava como maquinista na Estrada de Ferro de Baturité, sua visão se foi depois de uma forte dor nos olhos. Pobre, cego e com poucos a quem recorrer, teve um sonho em verso certa vez, ocasião em que descobriu seu dom para cantar e improvisar. Ganhou uma viola a qual aprendeu a tocar. Mais tarde começou a tocar rabeca. Algum tempo depois, quando tudo parecia estar voltando à estabilidade, sua mãe morre. Sozinho começou a andar pelo sertão cantando e recebendo por isso. Percorreu todo o Ceará, partes do Piauí e Pernambuco. Com o tempo sua fama foi aumentando. Em 1914 se deu a famosa peleja com Zé Pretinho (maior cantador do Piauí). Depois disso voltou para Quixadá mas, com a seca de 1915, resolveu tentar a vida no Pará. Voltou para Quixadá por volta de 1920 e só saiu dali em 1923, quando resolveu conhecer o Padre Cícero. Rumou para Juazeiro onde o próprio Padre Cícero veio receber o trovador que já tinha fama. Algum tempo depois foi a vez de cantar para Lampião, que satisfez seu pedido — feito em versos — de ter um revólver do cangaceiro.

“Tentando mudar o estilo de vida de cantador, em 1931, comprou um gramofone e alguns discos que usava para divertir o povo do sertão apresentando aquilo que ainda era novidade mesmo na capital. Conseguiu o que queria, mas o povo ainda o queria escutar. Logo depois, em 1933, teve a idéia [sic] de apresentar vídeos. Que também deu certo, mas não o realizava tanto. Resolveu se estabelecer em Fortaleza em 1942, onde veio a abrir uma bodega na Rua da Bomba, No. 2. Infelizmente o seu traquejo de trovador não servia para o comércio e depois de algum tempo fechou a bodega com um prejuízo considerável.

“Desde 1945, então com 67 anos, Cego Aderaldo parou de aceitar desafios. Mas também, já tinha rodado o sertão inúmeras vezes, conseguira ser reconhecido em todo lugar, cantara pra muitas pessoas, inclusive muitas importantes, tivera pelejas com os maiores cantadores. E, na medida em que a serenidade, que só o tempo trás [sic] ao homem, começou a dificultar as disputas de peleja, ele resolveu passar a cantar apenas para entreter a alma. Cego Aderaldo nunca se casou e diz nunca ter tido vontade, mas costumava ter uma vida de chefe de família pois criou 24 meninos.”

Caso o leitor, insatisfeito, queira ainda mais informações sobre o poeta cratense, há muito que ser lido no excelente Jornal de Poesia, hospedado no portal da Revista Agulha. O endereço é este: http://www.revista.agulha.nom.br/cego.html.

Findo por aqui o comentário desta postagem, que foi um pouco mais extenso do que o habitual porque (ora!) o Cego Aderaldo é do Crato! [rs.]

A imagem de cabeçalho é montagem de algumas obras do pintor belga Jos de Mey.