VERSOS ÍNTIMOS Vês! Ninguém assistiu ao formidável Acostuma-te à lama que te espera! Toma um fósforo. Acende teu cigarro! Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
|
A DANÇA DA PSIQUE | O POETA DO HEDIONDO |
A dança dos encéfalos acesos É então que a vaga dos instintos presos Subitamente a cerebral coréia Arranco do meu crânio as nebulosas
| Sofro aceleradíssimas pancadas Em alucinatórias cavalgadas, Quanto me dói no cérebro esta sonda! Eu sou aquele que ficou sozinho |
MINHA FINALIDADE | VÍTIMA DO DUALISMO |
Turbilhão teleolófico incoercível, Predeterminação imprescriptivel Na canonização emocionante, Sistematizo, suluçando, o Inferno...
| Ser miserável dentre os miseráveis Muito mais cedo do que o imagináveis Psique biforme, o Céu e o Inferno absorvo... Ceva-se em minha carne, como um corvo, |
A UM EPILÉPTICO | IDEALISMO |
Perguntarás quem sou?! -- ao suor que te unta, Reclamada por negros magnetismos Mas após o antropófago alambique Como a luz que arde, virgem, num monturo,
| Falas de amor, e eu ouço tudo e calo! O amor! Quando virei por fim a amá-lo?! Pois é mister que, para o amor sagrado, E haja só amizade verdadeira |
VANDALISMO | BUDISMO MODERNO |
Meu coração tem catedrais imensas, Na ogiva fúlgida e nas colunatas Com os velhos Templários medievais E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
| Tome, Dr., esta tesoura, e...corte Ah! Um urubu pousou na minha sorte! Dissolva-se, portanto, minha vida Mas o agregado abstrato das saudades |
PECADORA | A IDÉIA |
Tinha no olhar cetíneo, aveludado, Bela, divina, o porte emoldurado No entanto, esta mulher de grã beleza, Do destino fatal, presa, morria | De onde ela vem?! De que matéria bruta Vem da psicogenética e alta luta Vem do encéfalo absconso que a constringe, Quebra a força centrípeta que a amarra,
|
O MORCEGO | PSICOLOGIA DE UM VENCIDO |
Meia-noite. Ao meu quarto me recolho. “Vou mandar levantar outra parede...” Pego de um pau. Esforços faço. Chego A Consciência Humana é este morcego! | Eu, filho do carbono e do amoníaco, Produndissimamente hipocondríaco, Já o verme -- este operário das ruínas -- Anda a espreitar meus olhos para roê-los, |
(fonte: poesias extraídas do livro "Eu e outras poesias", 42.ª ed., Editora Civilização Brasileira - Rio de Janeiro, 1998.)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirHaja domínio da língua! Várias de minhas favoritas nessa postagem.
ResponderExcluirO eixo, o tremer da alegria contida, é que tenho aquela queda por sonetos. Namoro-os; são vida.
ResponderExcluir